25/10/2021

Dácio Nitrini

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Ameaçados de morte dentro da Delegacia de Ordem Política e Social da PF, Polícia Federal, paulista, após lançar extensa reportagem sobre o assassinato do Vlado na edição de novembro de 1975 do jornal EX-, cuja capa trazia uma foto do jornalista e a manchete Liberdade, Liberdade, Abre as Asas sobre Nós, os integrantes da redação formada por Paulo Patarra, Narciso Kalili, Hamílton Almeida Filho, Mylton Severiano da Silva, Amâncio Chiodi, Palmério Dória Vasconcelos e José Trajano, dentre outros, se viram obrigados a interromper a publicação e a buscar novos projetos de resistência.

Era um grupo inquieto no combate à ditadura que mesclava profissionais consagrados na grande imprensa, com passagem por Realidade, Veja, Bondinho, e jovens iniciantes atrevidos como eu, que tinha 24 anos, apaixonados por Jornalismo com J maiúsculo, que vinham do movimento estudantil secundarista.

Naquele período conheci Fernando Jordão e, nas atividades do Sindicato dos Jornalistas, passamos de uma simples convivência de colegas para sincera amizade. Naquele período crítico toda a antiga equipe do EX- participava do movimento de resistência, portanto foi um ato de sequência natural assinar o hoje histórico manifesto Em Nome da Verdade, um primeiro passo na longa e firme caminhada para o esclarecimento total dos crimes da ditadura, não apenas aquele do Vlado. Está aí o Instituto Vladimir Herzog como fruto concreto desse manifesto.

1/6/2021.

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