14/05/2015

Cultura de violência contra as mulheres será debatida durante seminário internacional

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Representantes de diversos países estarão presentes em evento que acontece nos dias 20 e 21 de maio, em São Paulo 

Especialistas, ativistas, representantes de organismos e instituições nacionais e internacionais estarão reunidos durante o 1º Seminário Internacional Cultura da Violência Contra as Mulheres para debater questões fundamentais para o enfrentamento da violência em suas diversas formas e abordagens.

O seminário, organizado pelo Instituto Vladimir Herzog e Instituto Patrícia Galvão, em parecia com a ONU Mulheres, Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência da República e Fundação Ford, ocorrerá no Sesc Pinheiros, nos dias 20 e 21 de maio, em São Paulo. O evento é patrocinado pelo BNDES, Caixa, Correios e Petrobras.

“Nossa expectativa é que, ao longo dos dois dias do Seminário, realizemos um esforço coletivo de revisitar o tema da violência contra as mulheres tendo em perspectiva suas causas mais profundas e os mecanismos que constroem, disseminam e perpetuam uma cultura de desrespeito aos direitos humanos das mulheres, que atravessa gerações e fronteiras geográficas e ignora diferenças de níveis de desenvolvimento socioeconômico”, aponta Jacira Vieira de Melo, diretora-executiva do Instituto Patrícia Galvão. “Iremos discutir a violência contra a mulher e seus aspectos culturais. Queremos fortalecer a troca de experiências e defender o direito à vida em todas as suas dimensões”, afirma Ivo Herzog, diretor do Instituto Vladimir Herzog.

Pacto global
Para a ministra da Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência da República, Eleonora Menicucci, o seminário será uma oportunidade de desnaturalizar práticas que estão nas raízes da violência. “É mais do que discutir a violência contra as mulheres, que é um problema lamentável e uma chaga com a qual nenhuma sociedade que pretenda ser democrática pode conviver, é olhar para a cultura, para valores enraizados”, frisa.

A representante da Fundação Ford no Brasil, Nilcéa Freire, avalia que o evento será ainda um momento “em que teremos a oportunidade de discutir o desequilíbrio de poder que existe entre homens e mulheres – e a violência talvez seja a evidência mais cruel desse desequilíbrio de poder”.

Nadine Gasman, representante da ONU Mulheres no Brasil, sustenta a necessidade de trabalhar com as questões determinantes da cultura da violência contra as mulheres. “Sabemos que há uma relação com a cultura patriarcal em que vivemos, mas queremos ir além da denúncia. Queremos pensar como acabar com ela. O grande desafio da humanidade é construir uma cultura de igualdade”, define.

A ministra Cármen Lúcia Antunes Rocha, vice-presidente do Supremo Tribunal Federal, fará a palestra de abertura do evento.

Eixos temáticos
Buscando alcançar um pacto global de não-tolerância à perpetuação da violação dos direitos humanos das mulheres, os debates foram organizados em quatro eixos, que serão debatidos ao longo dos dois dias entre especialistas do Brasil, Estados Unidos, Argentina, Costa Rica, Argentina, Inglaterra e México.

A primeira palestra, “As Perspectivas Propositivas para uma Cultura de Não Violência Contra as Mulheres”,  será realizada por Lori Heise, diretora-executiva do Strive Research Consortium. Em seguida, os debates do painel 1  devem não apenas estimular o aprofundamento da compreensão sobre os fatores que determinam a construção e perpetuação da cultura da violência contra as mulheres, mas principalmente apresentar análises e experiências voltadas ao questionamento e desconstrução dessa cultura nos âmbitos local e global.

A segunda palestra e painel irão abordar  “A Juventude e a Cultura da Violência contra as Mulheres”, buscando refletir sobre quais normas e ideais de gênero, e também sobre quais as concepções de violência e direitos que circulam entre os jovens, visando, sempre, a elaborar estratégias para a construção de uma cultura de respeito aos direitos humanos das mulheres.

Já o terceiro eixo será “O Papel da Mídia na Cultura de Violência Contra as Mulheres”. Colocará em debate o papel da mídia na construção e disseminação de estereótipos de gênero que naturalizam a violência contra as mulheres, por um lado, e ações de comunicação que contribuem com o enfrentamento da questão, por outro.

A última palestra, “Por uma Cultura de Respeito aos Direitos Humanos das Mulheres”, será proferida por Tracy Robinson, presidente da Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH). Em seguida, o painel “Desafios para Mudar a Cultura da Violência contra as Mulheres” buscará refletir sobre como construir uma cultura de paz em toda a sociedade, considerando que a igualdade de gênero é central nesse sentido.

Na última sessão do Seminário as pessoas e representantes das organizações presentes irão construir um pacto que sintetizará as questões apresentadas e as ações a serem adotadas para mobilizar a sociedade, sensibilizando e engajando novos atores no enfrentamento à violência contra as mulheres.

Confira a programação completa do Seminário e conheça os palestrantes e painelistas que estarão presentes neste percurso.

As inscrições estão encerradas, mas haverá transmissão online do Seminário no site do evento: www.scovaw.org.

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