O Instituto Lula lança amanhã, às 18 horas, no Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo, o Memorial da Democracia, um museu virtual em forma de portal multimídia, desenvolvido pelo instituto que leva seu nome. O memorial narra, através de diferentes documentos e linguagens, a história das lutas democráticas do povo brasileiro, tendo como horizonte a construção de uma democracia de fato, não apenas formal mas também inclusiva, garantidora de direitos, de oportunidades e da busca de maior igualdade entre os brasileiros.
Os que hoje protestam nas ruas, os que pilotam o balão inflado do ex-presidente ou praticam o bullying político contra autoridades, como neste domingo contra o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, navegando pelo Memorial descobririam que nem sempre tudo foi tão fácil, que nem sempre houve tanta liberdade. Os que pedem a volta do regime militar poderão conhecer bastante, no módulo 1964-1985, sobre as atrocidades e os crimes cometidos pelo regime, sobre o que lhes aconteceria se tentassem fazer o que fazem hoje nos tempos do chumbo e da tortura.
O Memorial da Democracia pretende abarcar toda a história da construção da sociedade brasileira, desde a colonização, mas começa com dois módulos sobre a história mais recente. O primeiro, abarcando o período1964-1985, registra a resistência à ditadura militar e ao terror de Estado em muitas frentes da sociedade brasileira, além de revisitar a retomada das lutas sociais interrompidas com o golpe. O segundo módulo (1985-2002) mostra as lutas desenvolvidas já durante a atual fase democrática, que garantiram a construção de novas instituições, a conquista de novos direitos, o exercício da cidadania pelos que antes viviam na esfera da exclusão, sempre com muita luta. Não deixará de fora as chacinas e outros suspiros autoritários que remanesceram do tempo do arbítrio. Depois virão outros módulos, inclusive três já em desenvolvimento sobre os períodos de 1930 a 1945, de 1945 a 1964 e também o que cobre os dois mandatos de Lula, de 2003 a 2010.
Lula optou pelo Museu Virtual depois das reações e críticas a seu propósito de criar um museu físico, num terreno que seria doado pela prefeitura de São Paulo. O Memorial na Internet, além de permitir uma abrangência temporal muito maior, poderá ser acessado por brasileiros de todos os cantos do país. A troca, no final, foi positiva. A narrativa não se limita aos aspectos políticos, sociais e econômicos. Resgata também o contexto e as repercussões culturais dos fatos e conjunturas, com riqueza de documentação musical e audiovisual. Nos dois módulos lançados agora o internauta navegará guiado por uma linha do tempo em que, sobre cada fato importante encontrará um “card”, página com texto e ilustrações diversas, afora os cards “extras”, sobre passagens mais relevantes do período coberto. Ao todo, são cerca de 440 episódios e mais 19 fatos “extras”. Em todos os “cards”, além de ler sobre o fato em questão, o internauta terá acesso a fotos, charges, desenhos, cartazes, panfletos e documentos, fac-símiles de notícias da imprensa, exemplares virtuais de jornais, áudios com trechos de canções e discursos, segmentos de filmes e vídeos etc·.
Coordenado, nesta fase, pelo jornalista Franklin Martins, a equipe do projeto contou com jornalistas, historiadores, pesquisadores diversos, web-designer e outros profissionais. A partir de terça-feira, o Memorial da Democracia poderá ser acessado através de computadores, tablets e celulares pelo endereço www.memorialdademocracia.com.br.