01/02/2021

Aureliano Biancarelli

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A pergunta feita foi: em que circunstâncias você assinou o documento? Por intermédio de quem o recebeu, onde trabalhava, que idade tinha etc.

Aureliano Biancarelli

Em outubro de 1975, quando Vladimir morreu, eu trabalhava como repórter na revista Veja. Tinha 25 anos. Essa época a revista ainda era chefiada pelo Mino Carta, embora já houvesse um clima de “retirada”, com o [Armando] Falcão “negociando” a cabeça do editor. Nessa fase, um censor continuava instalado em uma das salas da redação e por ele passavam todas as matérias.
Não me recordo como o manifesto chegou na Veja, mas me lembro – o que era esperado – que a notícia de prisões, e mais especificamente, a da morte do Vladimir, eram fatos comentados por todos. Comentados com cuidado, devo acrescentar, pois havia um clima de medo em todas as editorias. 
A notícia do manifesto também foi muito comentada na ECA-USP. Eu tinha terminado o quarto ano da escola em 1973, mas os ex-alunos, muitos já ocupando lugares em diversas redações, estavam em constante contato. 
Em agosto de 1976 eu ganhei uma bolsa de estudos do governo francês e fiquei fora do país por cerca de cinco anos. Nesse período, além de trabalhos como free-lancer para várias publicações, contribuía para o jornal Movimento, o que me permitia um contato com as notícias do Brasil.

12/10/2020.

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