A Associação Brasileira de Imprensa (ABI) instituiu que 2025, ano que marca as cinco décadas do assassinato de Vlado, será o Ano Vladimir Herzog. Além de um banner no site da ABI, a iniciativa, que tem apoio do Instituto Vladimir Herzog, prevê a divulgação de matérias sobre o jornalista durante todo o ano.
A associação
Idealizada pelo jornalista catarinense Gustavo de Lacerda, a ABI foi criada no Rio de Janeiro em 7 de abril de 1908, tendo entre seus objetivos assegurar aos jornalistas direitos assistenciais e abrigar todos os trabalhadores da imprensa. De acordo com seu atual estatuto, a associação tem por finalidade maior “a defesa da ética, dos direitos humanos e da liberdade de informação e expressão”.
Vladimir Herzog
Nascido em Osijek (então parte da Iugoslávia, atualmente Croácia) em 27 de junho de 1937, Vlado mudou-se com sua família para a Itália em 1941, fugindo da ocupação nazista. Cinco anos depois, a família Herzog emigrou para o Brasil, desembarcando no Rio de Janeiro e depois se mudando para São Paulo.
Formado em Filosofia pela Universidade de São Paulo, Vlado iniciou sua atuação no jornalismo em 1959, como repórter em O Estado de S. Paulo. Ao longo de sua carreira, ele também passou pela TV Excelsior, Rádio BBC de Londres, Revista Visão, agência de publicidade J. Walter Thompson, TV Universitária da UFPE e jornal Opinião.
Foi ainda professor de jornalismo na FAAP e na ECA-USP e se dedicou à produção cinematográfica, produzindo o documentário curta-metragem “Marimbás” e colaborando com as obras “Subterrâneos do futebol”, de Maurice Capovilla, e “Viramundo”, de Geraldo Sarno.
Vlado trabalhava como diretor de jornalismo da TV Cultura quando, em 24 de outubro, militares o procuraram na emissora. No dia seguinte, o jornalista compareceu espontaneamente à sede do DOI-Codi de São Paulo para depor. Lá, ele foi torturado e assassinado. Para encobrir sua morte, os militares forjaram uma falsa versão de suicídio. Além da tortura e violência, forjaram uma falsa versão de suicídio, que não se sustentou.
No dia 31 de outubro, um culto ecumênico em homenagem a Herzog reuniu mais de 8 mil pessoas na Catedral da Sé. O ato e Vlado tornaram-se símbolos da luta pela democracia e contra a ditadura militar brasileira.