Exibido pela primeira vez nas Américas, O Diário de Anne Frank veio a São Paulo a convite do Instituto Vladimir Herzog para celebrar os 75 anos de nascimento de Vlado. O espetáculo internacional teve apresentações nos dias 29 e 30 de Junho e 1 de Julho no Auditório do Ibirapuera, com entrada franca ao público. A cantata foi regida pelo maestro brasileiro Martinho Lutero Galati, que comandou cerca de 180 pessoas no palco, entre 110 cantores do Coro Luther King, a Orquestra Sinfônica de Campinas, o soprano Olga Sober (Saraievo), a cellista Yuriko Mikami (Japão), a atriz e bailarina Clarisse Abujamra dançando coreografia de Décio Otero (Ballet Stagium) e Naum Alves de Souza. Além de música e dramaturgia, o espetáculo contou com efeitos visuais produzidos pelo designer Kiko Farkas.
Foi a primeira vez em todo o mundo que a obra, de autoria de Leopoldo Gamberini (1922 – Abril 2012) e de Otto Frank, pai de Anne, foi apresentada em sua versão integral, com orquestra sinfônica, coral com 110 cantores, bailarina, solista e muitos recursos audiovisuais para retratar a história da menina que foi vitimada pelo holocausto da Segunda Guerra Mundial. Toda a peça foi regida pelo maestro brasileiro Martinho Lutero Galati, que recebeu todo o direcionamento para a execução da cantata diretamente de seu autor.
Natural de Minas Gerais (Alpercatas), o maestro Martinho ingressou na música muito jovem. Aos 17 anos, após experiências na regência de concertos no Teatro Municipal de São Paulo e do Coro da Juventude Musical de São Paulo, fundou a Rede Cultural Luther King, onde dirigiu mais de 2000 concertos. Após mais estudos em Buenos Aires, na Argentina, parte para Moçambique, na África, para um trabalho de pesquisa sobre música tradicional a serviço da UNESCO. Atualmente, Martinho Lutero Galati é professor do Instituto de Musicologia de Milão, na Itália, regente da Piccola Orchestra Sinfônica di Milano e ainda trabalha com teatros na Alemanha e Suíça. É diretor, até hoje, da Rede Cultural Luther King.
“Tive o imenso prazer de conhecer e aprender com o senhor Gamberini, que me apresentou toda a peça e seus detalhes para uma execução completa, adicionando expressões variadas à composição sinfônica, como dança, canto e recursos eletrônicos que deixam o cenário de guerra ainda mais realista”, conta o maestro Galati.
A história da menina Anne foi interpretada pela violoncelista Yuriko Mikami e do soprano Olga Sober (Saraievo). A mulher madura em que ela se transforma nessa nova narrativa é a atriz e bailarina Clarisse Abujamra, que celebrará a vida por meio de sua leve dança, coreografada por Décio Otero, fundador do Ballet Stagium. As vozes do Coro Luther King e a Orquestra Sinfônica de Campinas, completam o elenco dirigidos cenicamente por Naum Alves de Souza.
“Ficamos muito contentes em trazer essa grande obra ao Brasil, principalmente porque foi na celebração dos 75 anos de nascimento de Vlado que a peça foi executada pela primeira vez integralmente, em todo o mundo. A história de Anne Frank se tornou um verdadeiro símbolo de resistência à violência, que transcende ao período do nazismo e é mais uma face da História que queremos relembrar em defesa dos direitos humanos em todas as sociedades e em todos os tempos”, completa Ivo Herzog.