07/07/2017

Audálio Dantas é homenageado no Sindicato dos Jornalistas

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Ícone do jornalismo brasileiro completa 85 anos de idade e receberá o troféu “Indignação-Coragem-Esperança”.

Um dos jornalistas mais importantes de sua geração e um dos principais responsáveis por conduzir os protestos pelo assassinato de Vladimir Herzog, Audálio Dantas completa, neste sábado, 85 anos de idade.

Nesta data, ele receberá o troféu “Indignação-Coragem-Esperança” como reconhecimento pela sua defesa da democracia e persistência em se colocar a serviço da comunicação popular no Brasil.

A concepção do prêmio, baseado na figura de São Jorge, é uma adaptação atualizada da cartunista Laerte, em que na luta contra o “dragão da maldade” o guerreiro agora aparece equipado com gravador na cintura, microfone no lugar da lança e uma câmera no seu capacete. O troféu foi produzido pelo especialista em efeitos especiais e escultor Roger Matua.

A homenagem será realizada às 12h30 deste sábado no Auditório do Sindicato dos Jornalistas de São Paulo – nomeado Espaço Vladimir Herzog. O evento é aberto.

Audálio Dantas era presidente do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado de São Paulo quando, em 1975, a censura à imprensa era mais severa e a ditadura militar perseguia e torturava ativistas políticos. Em outubro daquele ano, Vladimir Herzog foi assassinado.

A reação firme e corajosa de Audálio Dantas à frente do Sindicato foi determinante na reunião de forças para denunciar a brutalidade, vencer a barreira da censura e gerar o primeiro grande ato público de resistência ao regime ditatorial: um ato ecumênico na Catedral da Sé, em São Paulo, em 31 de outubro de 1975, que reuniu milhares de pessoas e abriu um caminho sem retorno à democratização do país.

Fundador do jornal “Unidade”, foi eleito deputado federal pelo Movimento Brasil Democrático (MDB) em 1978. Em 1981, recebeu na ONU um prêmio por sua atuação em defesa dos direitos humanos. Em 2012, lançou o livro “As duas guerras de Vlado Herzog”, no qual destaca a participação do sindicato no episódio da morte de Herzog, que foi um divisor de águas no enfrentamento à ditadura pela sociedade civil. Em 2014, foi um dos membros da Comissão da Memória e Verdade da Prefeitura de São Paulo, que teve como objetivo esclarecer o papel desempenhado pela administração municipal e agentes públicos municipais durante a ditadura.

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