Reportagem de Paula Bianchi, do UOL
Entre janeiro de 2016 e março de 2017, ao menos 1.227 pessoas foram mortas pela polícia no Estado do Rio de Janeiro. Dados obtidos pelo UOL através da Lei de Acesso à Informação mostram que a cada dez mortos, nove são negros ou pardos.
Ao todo, nesse período, foram mortas 581 pessoas identificadas como pardas, 368 negros e 141 brancos. Não há informações sobre o perfil racial de 137 casos. Apenas quatro são mulheres. Os números, compilados pelo ISP (Instituto de Segurança Pública) com base em boletins de ocorrência da Polícia Civil, também mostram um grande número de jovens mortos – dos 1.227 casos, metade tem até 29 anos e 108 pessoas tinham 18 anos ou menos.
Para ver a reportagem do UOL na íntegra, acesse: http://bit.ly/2tHoxh3
Os dados obtidos pela equipe de reportagem da UOL, por meio da Lei de Acesso à Informação, mostram que o genocídio da população preta, pobre e periférica na cidade do Rio de Janeiro só tem se agravado nos últimos anos. O racismo estrutural da sociedade brasileira aparece escancarado mais uma vez quando a porcentagem de pretos e pardos assassinados pela polícia se apresenta: 9 a cada 10 pessoas. A polícia explícita a seguinte lógica social: os negros são matáveis, ainda mais se forem pobres e favelados.
A Polícia Militar, desde a ditadura, foi constituída para controlar, torturar e eliminar “pessoas indesejáveis”. A Comissão Nacional da Verdade (CNV) já havia apontado para essa pauta que os movimentos sociais há tanto tempo denunciam como urgente. Confira o texto do portal Memórias da Ditadura sobre a desmilitarização e a reforma das polícias: http://bit.ly/2uHqn2K