14/05/2015

Vice-presidente do STF e professora de Londres, são destaques do 1º dia do seminário

Compartilhar:

Abertura do evento também irá contar com depoimentos da presidenta Dilma Rousseff e do secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon

Segunda mulher nomeada para atuar na mais alta Corte de Justiça do País, a ministra Carmen Lúcia Antunes Rocha, vice-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), fará a palestra de abertura do 1º Seminário Internacional Cultura da Violência contra as Mulheres.

Além dela, a inauguração do evento contará com mensagens da presidenta da República, Dilma Rousseff, do secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon e da subsecretária-geral das Nações Unidas e diretora-executiva da ONU Mulheres, Phumzile Mlambo-Ngcuka. Também falarão os representantes das organizações realizadoras do seminário.

Ainda no primeiro dia, Lori Heisi, professora da London School of Hygiene & Tropical Medicine, apresentará uma análise sobre as causas e a prevalência da violência por parceiro íntimo em diferentes países, construindo um panorama global das culturas de violência contra as mulheres na atualidade.

Para debater as perspectivas propositivas para uma cultura de não-violência contra as mulheres, o primeiro painel do Seminário contará com as convidadas Luiza Barros, ex-ministra da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial da Presidência da República; Flávia Piovesan, procuradora do Estado de São Paulo; e Rita Laura Segato, assessora da Funai (Fundação Nacional do Índio).

A palestra sobre sexualidade e juventude, educação para a igualdade e o diálogo como recurso para a resolução de conflitos será pronunciada pela coordenadora da ONG End Violence Against Women Coalition, Marai Larasi, da Inglaterra. Logo após, o assunto será discutido pela pesquisadora do CLAM (Centro Latino-Americano em Sexualidade e Direitos Humanos) do IMS/UERJ, Maria Luiza Heilborn; o professor de Antropologia da Brown University Matthew Gutmann; e a pesquisadora especialista em gênero e violência Heloísa Buarque de Almeida.

Confira abaixo um perfil de todos os palestrantes e painelistas do primeiro dia do 1º Seminário Internacional Cultura da Violência contra as Mulheres:

Carmen Lúcia Antunes Rocha é jurista, ministra e vice-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF). Foi presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), procuradora geral do Estado, procuradora do Estado de Minas Gerais e professora de Direito da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC Minas), onde graduou-se. Especialista em Direito de Empresa pela Fundação Dom Cabral, tem mestrado em Direito Constitucional pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e doutorado em Direito do Estado pela Universidade de São Paulo (USP). É coordenadora de vários livros e foi diretora da revista do Instituto dos Advogados Brasileiros. É autora de inúmeras obras, entre elas “O Princípio Constitucional da Igualdade e Direito de/para Todos”. É idealizadora e articuladora da Campanha Nacional Justiça pela Paz em Casa, iniciativa que mobiliza os tribunais de justiça de todo o País com o objetivo de reforçar as estratégias do Poder Judiciário no combate à violência contra as mulheres.

Lori Heise é professora titular da London School of Hygiene & Tropical Medicine, onde dirige o Centro de Gênero, Violência e Saúde. Especialista internacionalmente reconhecida no tema da violência por parceiro íntimo, participou de pesquisas internacionais e campanhas sobre violência contra as mulheres. Integrou o núcleo de pesquisa do estudo multipaíses da Organização Mundial da Saúde (OMS) sobre saúde e violência doméstica contra a mulher. Atualmente é pesquisadora e diretora do Strive, um consórcio de pesquisa internacional dedicado ao estudo de questões estruturais do HIV. Lori também integra a equipe da What Work Consortium, iniciativa que propõe estratégias inovadoras para prevenir a violência contra mulheres e jovens, e dirige a Learning Initiative on Norms, Exploitation and Abuse (LINEA), comunidade de práticas destinadas a expandir conhecimento em prevenção a abuso sexual e exploração de crianças.

Ana Flavia D’Oliveira é médica, pesquisadora e professora do Departamento de Medicina Preventiva da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP). Atua nos temas violência de gênero, serviços de saúde da mulher e atenção primária. Coordenou no Brasil o estudo multipaíses da OMS (Organização Mundial da Saúde) sobre saúde e violência doméstica contra a mulher. Graduada em Medicina pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), é mestra e doutora em Medicina Preventiva pela FMUSP.

Luiza Bairros é ativista do movimento negro e foi ministra chefe da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir) da Presidência do Brasil entre 2011 e 2014. Graduada em Administração pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), tem mestrado em Ciências Sociais pela Universidade Federal da Bahia (UFBA) e doutorado em Sociologia pela Universidade de Michigan. Foi professora da Universidade Católica de Salvador e da UFBA, na qual coordenou o Projeto “Raça e Democracia nas Américas: Brasil e Estados Unidos”, tendo participado de inúmeras iniciativas de combate ao racismo.

Flávia Piovesan é procuradora do Estado de São Paulo, especialista em Direitos Humanos, Direito Constitucional e Direito Internacional. Defensora dos direitos humanos e das mulheres, é professora doutora da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) nas disciplinas de Direitos Humanos e Direito Constitucional, professora da PUC-PR e professora de Direitos Humanos dos Programas de Pós-Graduação da Universidade Pablo de Olavide (Sevilha, Espanha) e da Universidade de Buenos Aires (UBA). É graduada em Direito pela PUC-SP, onde obteve também os títulos de mestra e doutora. É membro do Conselho de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana, da UN High Level Task Force, para implementação do direito ao desenvolvimento e do OAS Working Group para o monitoramento do Protocolo de San Salvador em matéria de direitos econômicos e socioculturais. É autora de livros sobre Direitos Humanos e o Direito Constitucional Internacional.

Rita Laura Segato é antropóloga e professora doutora do Departamento de Antropologia na Universidade de Brasília. Doutora em Antropologia pela Queen’s University de Belfast, na Irlanda do Norte, é pesquisadora do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), onde coordena o grupo de pesquisa Antropologia e Direitos Humanos. Ativista feminista, foi assessora da Fundação Nacional do Índio (Funai) na realização de oficinas com mulheres para a promoção de atividades produtivas e para divulgar a Lei Maria da Penha. Suas pesquisas e trabalhos acadêmicos tratam de temas como raça, etnicidade, religiões e nação; gênero, violência e femigenocídio; pluralismo jurídico e pluralismo bioético; antropologia e direitos humanos. É autora de vários livros sobre gênero, antropologia e direitos humanos, como “Las Estructuras Elementares de la Violência”.

Marai Larasi é ativista em mídia, juventude, gênero e violência, diretora executiva da End Violence Against Women Coalition, a maior articulação de organizações do Reino Unido, que atua na erradicação da violência contra mulheres e adolescentes. É diretora executiva da Imkaan, organização não-governamental feminista negra, sediada no Reino Unido, que tem como objetivo acabar com a violência contra mulheres e jovens negras, refugiadas e minorias étnicas. Há mais de duas décadas Marai atua no campo da violência contra mulheres e adolescentes em grupos marginalizados, tanto no nível operacional quando estratégico, desenvolvendo programas de prevenção da violência de gênero. É autora de trabalhos e pesquisas publicados no Reino Unido e internacionalmente sobre a temática da igualdade, violência contra mulheres e adolescentes e mulheres em situação de rua.

Juliana de Faria é jornalista e blogueira feminista.  É fundadora do blog Think Olga (http://thinkolga.com) e da campanha Chega de Fiu Fiu (http://thinkolga.com/chega-de-fiu-fiu/), cujo objetivo é combater o assédio sexual em locais públicos. Por seus projetos, foi eleita uma das oito mulheres inspiradoras do mundo pela Clinton Foundation e pela revista Cosmopolitan US. Formada em jornalismo pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), trabalhou no “Jornal da Tarde” e “Veja São Paulo”. Especializou-se em moda na Central Saint Martins, University of the Arts London, e editou as revistas Harper’s Bazaar e ELLE Brasil. É uma das autoras do ebook Meu Corpo Não É Seu, sobre violência de gênero.

Maria Luiza Heilborn é professora associada do Instituto de Medicina Social da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (IMS/UERJ) e pesquisadora do Centro Latino-Americano em Sexualidade e Direitos Humanos (CLAM) do (IMS/UERJ). Graduada em História pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio), é mestre e doutora em Antropologia Social pelo Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social do Museu Nacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro (PPGAS/MN/UFRJ). Atua com os temas de gênero, sexualidade, família e juventude. É integrante do Grupo de Trabalho Gênero e Saúde da Abrasco (Associação Brasileira de Saúde Coletiva) e autora do livro “Dois É Par: Gênero e Identidade Sexual em Contexto Igualitário” e organizadora e autora de “O Aprendizado da Sexualidade: Reprodução e Trajetórias Sociais de Jovens Brasileiros”, entre outras obras.

Matthew Gutmann é professor de Antropologia, diretor do International Advanced Research Institutes (BAIRI) da Brown University (EUA) e professor visitante e pesquisador sobre masculinidades no Colégio de México. É autor de livros como “The Meanings of Macho: Being a Man in Mexico City” e “Mainstreaming Men into Gender and Development: Debates, Reflections, Experiences”. Editou e organizou a coleção “Changing Men and Masculinities in Latin America”, uma coletânea de estudos sobre o que é ser homem na América Latina. Com mestrado em Saúde Pública, em 2008 Gutmann ganhou o prêmio Eileen Basker Memorial, pelo melhor estudo acadêmico em saúde e gênero. Também é professor visitante em universidades da China, França e Espanha, além de ter trabalhado na América Latina durante as duas últimas décadas.

Heloisa Buarque de Almeida é professora da Universidade de São Paulo (USP), vice-coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP e pesquisadora especialista em gênero e violência. Formada em Ciências Sociais pela USP, tem mestrado em Antropologia pela USP e doutorado em Ciências Sociais pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), com estágio na Universidade do Texas (Austin, EUA). Desde 2004 coordena o programa USP Diversidade, que tem o objetivo de combater as desigualdades relacionadas a gênero, orientação sexual e raça na universidade. Foi membro da diretoria da Associação Brasileira de Antropologia na gestão 2013-2014. Na área da Antropologia, suas pesquisas concentram-se em Antropologia Urbana e Marcadores Sociais da Diferença, com foco principalmente nos seguintes temas: gênero, mídia, consumo, família, corpo e violência de gênero. Publicou artigos e livros acadêmicos e organizou obras voltadas à introdução de temas das Ciências Sociais, como Diferenças, Igualdade e Local Global.

Compartilhar:

Pular para o conteúdo