24/10/2013

Violência contra jornalistas: Adjori Brasil confirma apoio à causa

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Em Seminário Internacional promovido pelo Prêmio Vladimir Herzog de Anistia e Direitos Humanos, a Associação dos Jornais do Interior do Brasil anunciou que vai coletar os registros de violência contra jornalistas que atuam no interior do país
O significativo aumento dos casos de violência contra jornalistas e as medidas necessárias para o combate à impunidade foram apresentados no Seminário Internacional sobre a Violência contra Jornalistas, realizado, no dia 21, em São Paulo. O evento reuniu organismos internacionais de imprensa, entidades representativas de empresas jornalísticas e de profissionais do setor. Só neste ano, 38 profissionais foram mortos no exercício da profissão, cinco deles no Brasil.

 

Painéis – Os quatro painéis apresentados no Seminário foram moderados por Giancarlo Summa, diretor do Centro de Informação das Nações Unidas no Brasil.
O primeiro deles foi protagonizado pela jornalista mexicana Anabel Hernandez que fez um contundente pronunciamento sobre a permanente situação de risco a que são expostos os jornalistas que se dedicam a matérias investigativas em território mexicano. Ela mesma vive sob ameaça de morte. Disse que, no México, a sociedade não se conscientizou sobre a gravidade da situação e que se no Brasil essa consciência não se firmar pode-se repetir, aqui, o cenário de violência e cerceamento da liberdade de expressão apresentado em seu país de origem.

Também participaram dos painéis James C. Duff, presidente e CEO do Freedom Forum e do Newseum (Museu da Imprensa) de Washington D.C, que apresentou números mundiais de assassinatos de jornalistas; Celso Schröder, presidente da FENAJ-Federação Nacional dos Jornalistas e da Federação de Jornalistas da América Latina e Caribe, e a advogada Taís Gasparian, sócia do escritório Rodrigues Barbosa, Mc Dowell de Figueiredo, Gasparian Advogados.

Depoimento – O jornalista Mauri König, que foi vítima de violência policial por suas reportagens investigativas no jornal Gazeta do Povo de Curitiba, fez um depoimento apresentado em vídeo porque ele estava em Nova York para receber o Prêmio Maria Moors Cabot, a mais antiga distinção internacional de jornalismo, outorgado pela Columbia University.

Observatório – Bruno Renato Teixeira, Ouvidor Nacional de Direitos Humanos da Secretaria Nacional de Direitos Humanos da Presidência da República – SNDH/PR, também fez um pronunciamento reforçando o interesse da Secretaria em monitorar os casos de violência “de qualquer espécie” contra os comunicadores. A adoção de políticas públicas em defesa dos profissionais da área e um observatório para acompanhar os casos denunciados de violência aos jornalistas foram medidas defendidas pelas entidades representativas dos profisisonais de imprensa.

Propostas – Schröder, da Fenaj, propos a adoção de um protocolo pelas empresas de comunicação que garanta aos profissionais, entre outras questões, seguro de vida, equipamentos, autonomia do repórter para a escolha da pauta e a criação de uma comissão que avalie os enfoques dados às reportagens. “Boa parte das empresas não dá aos seus jornalistas ferramentas para a proteção”, disse

Adjori Brasil
A Adjori Brasil (Associação dos Jornais do Interior do Brasil) integrou o painel com as demais entidades nacionais representativas de veículos de comunicação – ANJ (jornais), Abert (rádio e TV) e Aner (revistas). Representando o presidente da Adjori Brasil, Miguel Gobbi, a jornalista Rita de Cássia Lombardi anunciou o envolvimento da entidade à causa, em âmbito nacional. Disse que a Adjori Brasil, integrada por Adjoris de sete estados (Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, Mato Grosso, Sergipe e Rondônia) e que representam cerca de 600 jornais associados, vai passar a coletar esses registros de violência contra jornalistas que atuam em cidades interioranas.

“ Vamos dar visibilidade a esses casos, trabalhando junto com as demais entidades do setor.Acreditamos que essa exposição pública dos fatos, muitas vezes circunscritos a um pequeno município, vai servir para dar a verdadeira dimensão da violência contra jornalistas em nosso país, não apenas a física, mas a moral, como o cerceamento à liberdade de expressão”.

A jornalista estima, também, que essa divulgação massiva, pois vai envolver todas as entidades afiliadas e seus respectivos associados, pode servir também como fator inibidor de novos eventos dessa ordem.

Fonte: ADJORI – Santa Catarina – Link para a matéria

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