07/11/2017

Instituto Vladimir Herzog promove debate sobre a questão indígena no Brasil

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Instituto Vladimir Herzog promove um debate sobre a história da luta dos povos indígenas no Brasil.

No próximo dia 10 de novembro, sexta-feira, o Instituto Vladimir Herzog promove um debate sobre a história da luta dos povos indígenas no Brasil. O evento contará com as presenças de Marlon Weichert, procurador do Ministério Público Federal, Marta Azevedo, ex-presidente da Funai, e Manoel da Silva Vera, coordenador regional da Comissão Guarani Yvurupá, além de Rogério Sottili, diretor-executivo do Instituto Vladimir Herzog e ex-Ministro de Direitos Humanos do Governo Federal.

O evento acontece na Caixa Cultural São Paulo (Praça da Sé, 111), com patrocínio da Caixa e do Governo Federal. A recepção começa às 9h30 e, a partir das 10h, tem início o debate. A entrada é gratuita e os ingressos devem ser retirados no dia da palestra.

O evento “Identidades e resistências: a luta dos povos indígenas – Série Diálogos Memórias da Ditadura” marca também a inclusão no acervo do portal Memórias da Ditadura de novas seções sobre as lutas e resistências dos camponeses e indígenas durante a ditadura e pós-ditadura.

O portal Memórias da Ditadura é uma realização do Instituto Vladimir Herzog que tem o objetivo de divulgar a História do Brasil no período de 1964 à 1985 junto ao grande público, em especial aos jovens, que não vivenciaram essa época.

Com mais de 700 mil visualizações durante o ano passado, trata-se do maior repositório da internet de conteúdos sobre o regime militar no Brasil. Com o intuito de divulgar de forma acessível as recomendações feitas pela Comissão Nacional da Verdade, o portal passou a acolher o projeto CNViva, que oferece aspectos e atualizações das pesquisas, descobertas, conclusões e recomendações apresentadas no relatório final da CNV, publicado em 2014.

Breve histórico
De um lado, obras de “desbravamento” de regiões brasileiras, como a rodovia Transamazônica, loteamentos, invasão de territórios e estratégias desastradas de contato feitas com poucos recursos. Do outro, tribos indígenas que viam suas terras sendo tomadas, sofriam com doenças trazidas pelos “civilizados” e eram transferidas para locais que não ofereciam sustento. O resultado: enfrentamentos, resistências e milhares de mortes.

Após o golpe de 1964, um novo período econômico se intensificou com construções de grandes obras que se espalharam por todas as regiões do país, e no caminho desses projetos inúmeros povos com suas terras, reconhecidas ou não, passaram a ser tratados como obstáculos para o “desenvolvimento”.

Essa expansão implementada pelo regime militar significou perseguição, criminalização, prisão, tortura e assassinato de indígenas que lutavam por seus territórios ou que tivessem comportamentos considerados inadequados frente à política de desenvolvimento do governo.

Como resposta a tudo isso, as lideranças de diferentes povos passaram a se organizar. Essa luta rendeu vitórias importantes, como a inclusão do artigo 231 da Constituição Federal, que ordena a demarcação dos territórios indígenas, institui educação e saúde diferenciadas, voltadas para a cultura e para as necessidades reais das populações indígenas. Isso resultou, por exemplo, na criação de materiais didáticos específicos, merendas e calendários escolares diferenciados.

Entretanto, há muito a ser feito. A violência contra os povos indígenas é ininterrupta – um genocídio de séculos que os colonizadores perpetraram e que o Estado segue levando a cabo -, e hoje se descortina com um novo ciclo de ataques. O evento “Identidades e resistências: a luta dos povos indígenas – Série Diálogos Memórias da Ditadura” pretende não apenas resgatar a história de luta desses povos durante a ditadura, mas, também, trazer essa discussão para os dias atuais, em que o Estado brasileiro continua a colocar sua ação indigenista subordinada aos interesses do capital.

Convidados
Marlon Weichert possui graduação em Direito pela Universidade Federal Fluminense e mestrado em Direito pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Foi pesquisador visitante da New York University School of Law, com suporte do Hauser Global Program. Atualmente, é procurador regional da república do Ministério Público Federal, atuando principalmente com direitos humanos, com ênfase nos temas de justiça transicional (direito à verdade, à responsabilização e à memória em relação a crimes contra a humanidade) e segurança pública.

Marta Azevedo é demógrafa e antropóloga, pesquisadora e professora da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). É membro do Conselho Consultivo do UNFPA (Fundo de População da ONU no Brasil) e coordenadora do GT Demografia dos Povos Indígenas da ABEP (Associação Brasileira de Estudos Populacionais). Foi presidente da Fundação Nacional do Índio (FUNAI) e consultora dos Ministérios da Educação e Saúde no que diz respeito à elaboração e monitoramento das políticas públicas para povos indígenas.

Manoel da Silva Werá é coordenador regional da Comissão Guarani Yvyrupá – importante protagonista político do movimento indígena nacional. É também professor de português e da língua guarani. Foi um dos fundadores da aldeia Krukutu, localizada entre os municípios de São Bernardo do Campo e Parelheiros e que, atualmente, conta com mais de 40 famílias vivendo no local.

SERVIÇO

Identidades e resistências: a luta dos povos indígenas – Série Diálogos Memórias da Ditadura
Data: 10 de novembro
Horário: A partir das 9h30
Local: CAIXA Cultural São Paulo (Praça da Sé, 111)
Produção: Instituto Vladimir Herzog
Patrocínio: CAIXA e Governo Federal

Mais informações à imprensa:
CDI Comunicação e Marketing
Cinthia Jardim | 3817-7922

Mais informações:
Instituto Vladimir Herzog
[email protected] | 2894-6650

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