25/04/2017

Índios são atacados pela PM em Brasília durante ato para denunciar violações de direitos

Compartilhar:

Um grande grupo de índios está em Brasília para protestar contra o governo Temer e para reivindicar o avanço na demarcação de terras indígenas.

A Polícia Militar de Brasília reprimiu violentamente um protesto pacífico de comunidades indígenas em frente ao Congresso Nacional nesta terça-feira, 25 de abril. Mais de 3 mil índios estão no local para a 14ª edição do Acampamento Terra Livre, mobilização que luta pelos direitos dos povos indígenas e demarcação de terras.

A PM, que utilizou spray de pimenta, balas de borracha e bombas de gás contra os manifestantes – incluindo idosos e crianças – justificou o ataque com o argumento de que os indígenas estavam tentando invadir o Congresso. Também falaram em “confronto” pelo fato de os índios carregarem arcos e flechas. As tropas da PM, por sua vez, estavam armadas com carros blindados, escudos, armas e ainda contava com o apoio de carros da Força Nacional.

Integrantes do movimento dos indígenas relataram ainda que há mulheres feridas e que um dos ataques à bomba da PM foi direcionado contra um grupo de indígenas que estavam sentados.

Acampamento Terra Livre
Na última segunda-feira, 24 de abril, começou o Acampamento Terra Livre, que deve reunir cerca de 1,5 mil lideranças indígenas de todo país em Brasília até o dia 28 de abril. De acordo com a organização do evento, a mobilização busca “unificar as lutas em defesa do Brasil Indígena, além de reunir em grande assembleia lideranças dos povos e organizações indígenas de todas as regiões do Brasil para discutir e se posicionar sobre a violação dos direitos constitucionais e originários dos povos indígenas e das políticas anti-indígenas do Estado brasileiro”.

No início de abril, mais de 30 organizações indígenas e indigenistas denunciaram ao Alto Comissariado da Organização das Nações Unidas (ONU) que os últimos meses foram marcados por sinais preocupantes de retrocesso no cumprimento dos direitos indígenas.

Em carta enviada à relatora Especial da ONU sobre os Direitos dos Povos Indígenas Victoria Tauli-Corpuz, as entidades criticaram propostas legislativas, como a PEC 215, que transfere do Poder Executivo para o Legislativo a palavra final sobre a demarcação de terras indígenas; a tentativa de criminalização de lideranças indígenas e de organizações que as apoiam (como, por exemplo, o Conselho Indigenista Missionário) e o que classificam como o “desmantelamento das políticas públicas voltadas à população indígena”.

Confira imagens da repressão policial aos índios ocorrida em Brasília (fotos: Mobilização Nacional Indígena/Mídia NINJA):terralivre1

terralivre2

terralivre3

Compartilhar:

Pular para o conteúdo