21/10/2016

Exposição de artista assassinado na ditadura militar chega à Cidade Tiradentes

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Resultado de quase dois anos de pesquisa, exposição revela ao público produção que permaneceu desconhecida quatro décadas após a morte do artista

 

Após o sucesso no Centro Cultural São Paulo, onde ficou em cartaz de abril a junho deste ano, a exposição “Antonio Benetazzo, permanências do sensível” chega ao Centro de Formação Cultural Cidade Tiradentes (CFCCT), onde permanecerá entre 1º de outubro e 16 de novembro.

A exposição, desenvolvida desde 2014 pela Coordenação de Direito à Memória e à Verdade da Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania da Prefeitura de São Paulo (CDMV/SMDHC), conta com a parceria entre a Secretaria Municipal de Cultura, do CFCCT e do Instituto Vladimir Herzog. Dividida em seis partes que revelam os eixos temáticos e as variedades estilísticas do autor, a exposição reúne o maior número de obras de Benetazzo já encontradas – todas espalhadas em casas de amigos e parentes.

O projeto, composto também de uma publicação e um vídeo-documentário, relembra que a ditadura não só impediu a produção e circulação de obras críticas contra o regime, mas atacou e prejudicou a sociedade como um todo. Além de inserir Benetazzo na História da Arte brasileira, a ação tem o objetivo de incentivar os visitantes – principalmente aqueles que não vivenciaram o período da ditadura – a refletir sobre o regime autoritário, para não deixar que tais atrocidades se repitam.

“O projeto tira da clandestinidade a desconhecida obra artística de um importante militante político. Ao mesmo tempo, é também uma forma de reparação histórica, de devolver à população o acesso a uma obra que lhe foi negada em razão da violência de Estado”, salienta Marie Goulart, integrante da Coordenação de Direito à Memória e à Verdade da SMDHC.

Ao levar a exposição para Cidade Tiradentes, a CDMV busca cumprir seu compromisso de territorialização das políticas de construção de memória coletiva sobre a ditadura em toda a cidade. “Desde que criamos o projeto tínhamos a intenção de levá-lo para a periferia, onde a violência de Estado se faz presente até hoje, sobretudo por meio da violência policial. É uma grande alegria ampliar o alcance da exposição e poder levá-la a Cidade Tiradentes”, diz Carla Borges, Coordenadora de Direito à Memória e à Verdade da SMDHC.

No dia 11 de outubro, às 19h, uma roda de conversa com o curador Reinaldo Cardenuto,o secretário de Direitos Humanos Felipe de Paula, e familiares e amigos de Benetazzo irá discutir a obra do artista e seu engajamento político.

 

Exposição Antonio Benetazzo, permanências do sensível

Visitação: 1/10 às 16/11, terça a sábado, das 10h às 17h
Roda de conversa: 11/10, 19h
Centro de Formação Cultural Cidade Tiradentes – Sala de exposição
Rua Inácio Monteiro, 6900, Cidade Tiradentes

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